domingo, 8 de setembro de 2013

Instituto Nossa Senhora do Carmo



História do Instituto Nossa Senhora do Carmo

Em 5 de agosto de 1872, há 141 anos atrás, nascia o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora. Uma história de mulheres de tradição simples, pobres, encantadas com o Deus da vida, jovens corajosas que escolheram Deus para sempre e se consagraram com o mesmo entusiasmo e sonho de Dom Bosco: “da mihi animas e cetera tolle” – ‘Dai-me almas e ficai com o resto”. Esse grupo pode cantar: “Ó qual sorte siamo Figlie di Maria Ausiliatrice, salesiane di Don Bosco, ó qual sorte piu felice... e suas vozes ecoaram e ecoam até hoje.
Assim, com este mesmo ardor o ramo feminino veio para a América, e, do Uruguai chegou ao Brasil. Esta outra história começou com o sonho de um outro homem que conhecia e admirava a obra de Dom Bosco e sua missão, desejando para a cidade de Guaratinguetá a mesma educação salesiana. Por meio de seus filhos, o Padre João Filippo solicitou a presença das Irmãs Filhas de Maria Auxiliadora ao Brasil, em Guaratinguetá, estado de São Paulo.
Padre João Filippo apressou a história, pois com a vinda dos primeiros salesianos ao Brasil, em Niterói, RJ, em 1883, o Pe. Luis Lasagna, primeiro Inspetor dos salesianos, já queria trazer para o país as Filhas de Maria Auxiliadora (cf. Azzi 1999, p.35). No entanto, as salesianas esperaram nove anos, pois duas razões desaconselhavam a vinda das irmãs: a febre amarela, que estava causando muitas mortes e o anticlericalismo dominante, hostil à presença de novos institutos religiosos no país.
A princípio, as irmãs viriam para os grandes centros urbanos onde a mentalidade liberal era forte mas, o inspetor Pe. Lasagna preferiu trazê-las para o interior, onde a tradição religiosa se mantinha mais firme e a população mais respeitosa do culto católico e das pessoas consagradas (cf. AZZI, 1999, p. 38).
Esta estratégia possibilitou uma resposta positiva à solicitação do Pe. João Filippo.
Sendo assim, em 1892 concretizou-se o plano de trazer para o Brasil as Filhas de Maria Auxiliadora. O grupo destinado ao Brasil veio de Montevidéu, capital da República do Uruguai, era composto de dez irmãs e duas noviças, madre Teresa Rinaldi, Florinda Bittencourt, Helena Hospital, Paula Zuccarino, Joana Narizano, Dolores Machin, Ana Couto, Dileta Maldarin, Justina Gros, Francisca Garcia, e as noviças Matilde Bouvier e Maria Luiza Schilino, com a finalidade de assumirem três obras, localizadas em Lorena, Guaratinguetá e Pindamonhangaba.
Essa expedição veio acompanhada pelo rev.mo. Padre Domingos Albanello, que tinha sido nomeado prefeito do Colégio São Joaquim em Lorena, e pelo rev.mo padre Tomé Barale (cf. Crônica do Colégio do Carmo).
Ao chegarem em Lorena, no dia 13 de março, foram recebidos na estação pelo Reverendíssimo Pe. Carlos Peretto, diretor do colégio são Joaquim, acompanhado da banda musical do colégio, pelo senhor Conde Moreira de Castro Lima, cooperadores e cooperadoras salesianos e muitas pessoas da cidade.
Instaladas em Lorena, no dia 15 foram visitadas pelo reverendíssimo senhor Pe. João Filippo e no dia 16 de março continuaram sua viagem para Guaratinguetá. Às duas horas da tarde, a convite do Pe. João Filippo achavam-se na estação da estrada de ferro central os senhores sacerdotes da localidade, algumas autoridades civis, muitas famílias e grande massa de povo e juntamente uma banda musical, que há muito aguardavam a chegada das irmãs e prestou-lhes uma brilhante recepção. Logo após, dirigiram-se à Igreja Matriz, onde foi cantado um solene “te Deum”, em ação de graças e o reverendíssimo vigário Cônego Benedicto Honório Ottoni, dirigiu-lhes uma mensagem.
Terminada a solenidade religiosa na Matriz de Santo Antonio vieram todos ao Colégio do Carmo que previamente tinha sido adornado de arcos, flores, etc. Acompanhadas as Irmãs pelo Pe. João Filippo e pelo Pe. Carlos Peretto, diretor do Colégio São Joaquim, de Lorena entraram, oficialmente no Colégio Nossa Senhora do Carmo.
No dia 20 de abril foi solenemente inaugurado o Colégio que pela devoção do ilustre fundador, a Virgem do Carmelo recebeu o nome de Nossa Senhora do Carmo. A festa foi feita com a maior pompa possível.
Às 9 horas da manhã, deste mesmo dia, foi celebrada a santa missa presidida pelo Pe. João Filippo e concelebrada pelo padre Carlos Peretto, diretor do Colégio São Joaquim de Lorena e diretor das Irmãs. Após a Missa o reverendíssimo Pe. João Filippo ofereceu um almoço a todos os convidados. À mesa, foram muitos brindados o fundador do Colégio, a Congregação Salesiana e as Filhas de Maria Auxiliadora.
Em seguida, o prédio foi visitado pelo público, enquanto a banda musical salesiana, de Lorena, tocava diversas peças de seu repertório.
Ao comemorarmos 120 anos de presença no Brasil, escolhemos para rememorar esta história o lema: “Traçando caminhos e escrevendo histórias”...são as mais diversas, de rostos diferentes, multicores, de acordo com as variadas frentes de trabalho das Irmãs salesianas. Com a proteção da Virgem Auxiliadora, de “Aparecida”, somos desafiadas a viver o rosto feminino de Deus junto à juventude do Brasil, assumindo os nossos barcos, jogando as nossas redes, confiando que a novidade de cada rede lançada, possa tornar o carisma herdado de Dom Bosco e Madre Mazzarello, um alimento que sacie o nosso campo educativo-pastoral. “Eis que lhe dou a mestra”.
Os ramos desta fecunda raiz se estenderam ... “As gerações se sucederam... O Carmo quer continuar sendo uma Casa alegre... daquela alegria tão própria da espiritualidade de Dom Bosco. Alegria que nasce da certeza profunda de que Deus se faz presente na história e de que Nossa Senhora é sempre AUXILIADORA e traz aos corações a esperança necessária à caminhada”.
Ir. Silvânia Cássia Pereira e Equipe



Madre Mazzarello


S. M. Domingas Mazzarello (1837-1881)
Cofundadora do Instituto das FMA
Beatificada no dia 20-11-38
Canonizada no dia 24-06-51



O itinerário histórico-biográfico de M. Domingas Mazzarello é relativamente breve (44 anos). Pode ser organizada em quatro etapas, marcadas por uma maturação progressiva na vida cristã e consagrada.

A  
1ª etapa abrange 13 anos: do nascimento, em Mornese, no Alto Monferrato (1837) até à 1ª Eucaristia (1850). Estes anos transcorreram num ambiente familiar caracterizado por uma sólida vida cristã e por um trabalho incansável no campo. Inteligente, volitiva e dotada por uma rica afetividade, Maria Domingas se abriu à fé, orientada pelos pais e pelo sábio  diretor espiritual Dom Domingos Pestarino.

Na  2ª etapa 1850-1860) percebe-se uma particular interiorização da fé, a partir do encontro eucarístico, que a impele a doar sua juventude ao Senhor e a participar intensamente da vida paroquial, de modo especial através da União das Filhas de Maria Imaculada. Aos 23 anos foi acometida pela grave doença do tifo que produziu nela uma grande transformação. Deixa então a vida do campo, não somente por causa da diminuição das forças físicas, mas principalmente pela clara intuição educativa. Dedica-se então à educação das meninas da vizinhança, abrindo uma sala de costura, um oratório festivo e um lar para as crianças sem família.

Na  
3 ª etapa (1860-1872) pode-se vê-la sempre mais aberta aos desígnios de Deus. Em 1864, encontra-se com S. João Bosco. Este encontro foi a resposta plena de Deus à sua ânsia apostólica. Juntos fundam, no dia 05 de agosto de 1872, a nova família religiosa na Igreja, em prol da juventude. Dom Bosco é o Fundador e Maria Domingas, a Co-fundadora. 

Na
4ª e última etapa, de sua vida (1872-1881), M.M. exercita sua maternidade espiritual através da formação das Irmãs, das numerosas viagens, visitando as novas fundações, incrementando a expansão missionária do Instituto, pela palavra escrita e pela doação cotidiana de sua vida, consumando-a no exercício da caridade paciente e benigna.

Faleceu em Nizza Monferrato, no dia 14 de maio de 1881. Deixou às suas filhas uma sólida tradição educativa. Deus conferiu-lhe o dom do discernimento, tornando-a uma mulher simples e sábia. Sua festa litúrgica é celebrada no dia 13 de maio.

Dom Bosco



João Melchior Bosco, mais tarde conhecido como Dom Bosco (padre Bosco), nasceu num lugar pequeno, chamado de Turim, no norte da Itália, aos 16 de agosto de 1815. Filho de uma família de agricultores pobres, foi camponês, estudante, aprendiz de vários ofícios, padre e educador.
O Espírito Santo deu-lhe especial sensibilidade para captar, mediante várias experiências, a situação difícil e os perigos em que se achavam os jovens de seu tempo. Ele resolveu dedicar sua vida aquela multidão de jovens pobres, desempregados e famintos que perambulavam pelas ruas de Turim.
Dom Bosco, desde o início, envolveu muitas pessoas com o seu testemunho e a novidade do seu trabalho; pessoas das mais diversas classes sociais juntaram-se a ele. Atraiu para a sua obra homens e mulheres que o ajudaram a dar catecismo, a levantar escolas e oficinas, a animar o pátio, a colocar os mais necessitados junto de um patrão honesto. Com eles, dá origem a grupos e formas ocasionais de cooperação.
Quando sente a necessidade de acolher alguns jovens em casa, cria uma família com a colaboração de Mamãe Margarida, com quem compartilha o governo da casa. O seu plano é a união de todos os "bons" e o alargamento máximo da colaboração. Sonha essa colaboração, propõe-na, começa a realizá-la com convites orais, amizade e cartas.
Chega logo a convencer-se da necessidade dos "religiosos consagrados", e não só porque a continuidade da obra exigia pessoas inteiramente disponíveis aos jovens, mas pela qualidade "religiosa" da educação que tanto desejava, a ponto de querer um sacerdote como sua cabeça. Não se tratava só de livrar os jovens da situação de pobreza ou de prepará-los para a vida com os estudos e a aprendizagem de um ofício, nem só de educar o senso religioso ou a consciência, mas de fazê-los encontrar Jesus Cristo vivo através da graça da fé, da vida sacramental e da participação na vida da Igreja.
Encontrou em Cristo, Bom Pastor, toda a inspiração para sua ação educativa e evangelizadora. Por sua estatura de santo, Dom Bosco coloca-se com originalidade entre os fundadores de institutos religiosos na Igreja. Sua vida tornou-se uma história; sua regra, um espírito; sua santidade, um tipo e um modelo.